segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dica para o réveillon: Champagnes Phillipponnat

Champagnes Phillipponnat são minha dica para o festas de final de ano.
As melhores na relação preço qualidade são a Reserve Milesimé e a Grand Blanc.


O que me chamou atenção na produção deste champagne é o tempo que eles levam até a safra sair no mercado. O produtor está lançando agora a safra de 2006.
Todo este respeito à maturação é amplamente recompensado nos aromas, no perlage finíssimo, no prolongado gosto depois que bebemos o primeiro gole.
Uma curiosidade que aprendi é que as gramíneas plantadas entre as vinhas (reveja vídeo) não é apenas para evitar erosão mas também para criar uma baixa competição por água. Este vinhedo é o que recebe mais horas de sol em Champagne. Se o ano for ruim para Philipponnat, será péssimo para o restante da região.
A Clos Des Goisses tem produção baixíssima e pode ser decantada antes de servida para melhor liberar seus aromas.

Rogério Rebouças do JB Conexão Francesa e Vianney Gravereaux diretor de exportação

Provei todas estas delícias a convite da importadora Vinos y Vinos no restaurante Mio, dia 23 de novembro.




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Terra, terra, terra e a uva correta.

Viver é diferente de saber. Eu já sabia que o terroir é o que faz o grande vinho e tive a oportunidade de viver esta experiência nesta viagem a Portugal.
Tecnologia é detalhe, se a casta certa for plantada no terroir certo, o resto é detalhe. Bebi vinhos feitos com pisa a pé, com robô, com prensa deste e daquele jeito, fermentados em barrica de carvalho francês, em talhas de argila, em aço inox, de todos os modos. O que faz o grande vinho é a terra, a uva e o manejo. Fico me perguntando por que nas visitas levam a gente na cantina e não no vinhedo? Talvez seja porque podemos comprar equipamentos mas não podemos mudar a terra de lugar. Além disso a terra é a terra, não dá para vermos grandes diferenças entre um vinhedo e outro. Fica a sugestão para o CVRA incluir no roteiro uma boa explicação sobre o terroir alentejano.



Volume ou excelência? O Brasil tem muito a aprender e a ensinar aos portugueses. Creio que o trabalho da Embrapa poderia ser muito bem aproveitado em Portugal em relação a técnicas de cultivo e estudo de solo. Você sabia que o Instituto Superior de Agronomia de Portugal fica no centro de Lisboa? Bem como a Faculdade de Medicina Veterinária? Pois é.
Quanto a nós, temos que aprender que não há milagre, parar de plantar uvas tintas onde é terra de uvas brancas ou de batatas!
As vinícolas fatalmente devem tomar uma decisão entre fazer um vinho correto em grande quantidade ou fazer um vinho excelente em baixa produtividade, luta, suor e lágrimas. Fazer um vinho correto é difícil mas é bem possível, fazer um vinho excelente é outra história.
Nesta outra história eu acredito que os espumantes brasileiros podem se destacar. A Cave Geisse já vem mostrando isso e muitas outras vinícolas podem seguir o exemplo e primar por qualidade. O Brasil tem terroir para vinhos espumantes. Eu torço para que ele seja bem aproveitado. Acredito que podemos ter grande projeção internacional se investirmos neste potencial. Podemos a longo prazo ser o segundo nome no mundo em termos de espumantes de qualidade. Resta ver se os produtores vão continuar teimando com a natureza.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Hoje é dia de beber Champagne Philipponnat

A importadora Vinos y Vinos apresenta hoje no restaurante Mio no Rio de Janeiro as champagnes da Philipponnat.
Os preço variam de R$175 reais Champagne Philipponnat Royale Reserve Brut até 562 reais da famosa Champagne Philipponnat Cuvee Clos Des Goisses Brut 1999.
Encontrei este vídeo de 2009 que mostra a propriedade e explica o processo de fabricação. Se você entende bem inglês vale a pena assistir.



Portugal, o comendador e as 285 castas

Portugal é amplo na variedade de uvas autóctones cultivadas e deve, ao meu ver, continuar assim. Existe um comendador que obteve o controle acionário da Quinta da Bacalhoa em 1998 e gosta de plantar Cabernet Sauvignon ao invés de plantar Touriga Nacional. As terras são dele e ele faz o que bem entender, está certo. Daria no mesmo falar de um atleta que treina para os 100 m rasos mas tem estrutura para ser um grande corredor fundista. As pernas são dele e ele faz o que bem entender, mas nunca será um campeão em corridas de velocidade.





Na volta da viagem eu fiz uma competição com o Affonso para lembrarmos de castas plantadas em Portugal em ordem alfabética. Aragonês, Arinto, Antão Vaz, Alvarinho e Assal, clique no link e veja que existem tantas outras mais! A variedade de uvas e suas combinações é que faz o vinho português tão especial. Frequentemente um tinto tem quatro ou mais variedades.
A identidade portuguesa vem sofrido alguns ataques por pressões mercadológicas e indecisões dos produtores. É natural experimentar novas castas na expansão do cultivo e bem vindas estas experiências. Entretanto a originalidade do vinho português é o que poderá destacá-lo mundial e sustentavelmente enquanto produto. Copiar o Novo Mundo é andar para trás.